O pôr do sol ofuscava minha visão, não dava pra ver direito, mas aos poucos eu fui identificando as silhuetas, de mãos dadas: de sobretudo, o rapaz alto de cabelos crespos; a moça também alta, de cabelo preso num coque e, entre ambos, a guriazinha. Quando eles chegaram perto, vi que ela estava com uns 10 anos, longos cabelos castanhos, levemente ondulados, enormes olhos claros, melancólicos. Quieta e educada. Linda.
Estava caminhando pelas ruas mais desertas da cidade, em direção ao norte, quando eles me encontraram.
"Tragam seus mortos, tragam seus mortos" ele disse, empolgado. "O quê?" "Ali, na Santa Casa, eles estão fazendo um velório coletivo. A gente pode levar todos os nossos mortos, estamos indo lá em casa pegar os nossos, quer vir junto?"
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